Rio Claro
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Eu achei digno o primeiro post ser sobre um lugar onde muda a minha vida, desde que eu era pequena. bom, eu não fiz ele hoje, foi a dois dias atrás, e tudo isso aqui não existia, aa e por último, antes do texto queria dizer que só fiz isso aqui por causa da Louise (@louisays) haha, e que o link é em homenagem ao Fellipe (@feabout).
"Há muito tempo, quando eu era só uma garotinha, ir embora me deixava triste e me fazia chorar, eu ficava de joelhos no banco de trás do carro olhando pela janela, à medida que o carro andava tudo ia ficando pra trás, toda história ali começava a ficar velha, caminhando apenas para as lembranças. Mas eu chorava porque não entendia o motivo de ter que ir embora, aquilo doía muito, mesmo sabendo que sempre voltava. Não entendia muito também o porquê doía tanto, e à medida que crescia, cada vez que ia embora começava a achar que estava entendendo o que eu sentia. Por muito tempo achei que era tão difícil pra mim porque parte de mim vivia lá, e ir embora era como deixar um pedacinho meu para trás também. Lá me sentia livre, feliz, como um lugar em que a gente sonha pra poder fugir de tudo, só que era tão normal e pacato quanto qualquer outro lugar. Todos diziam que parecia que eu não tinha casa, e eu brincava dizendo sempre que “não fazia diferença, a cidade inteira era meu lar.”, alguns diziam que eu era louca de amar tanto uma cidade que é menor que um bairro, e pra se divertir só tinha a pizzaria, mas eu não pensava assim, nunca pensei. Nunca precisei de mais que meus amigos pra me divertir, e eu os tinha lá, desde que nasci, alguns conheço até mesmo antes do que eu possa me lembrar, outros é como se fosse assim. Mas fazendo hoje, o que fiz a vida inteira: ir embora, percebi que não era por isso que me sentia mal, que me sinto mal cada vez que entro no carro e volto pra casa, percebi que lá é só um lugar onde eu fujo do mundo, fujo de tudo, porque lá durmo já pensando em acordar, querendo sempre mais de cada dia, e por isso não tenho tempo de pensar que “o mundo lá fora” é terrível. Tudo bem, todo esse pensamento não mudou o que eu sinto, ainda vou sentir cada parte do meu corpo doer ao entrar no carro, ainda vou sentir vontade de chorar, algumas vezes até vou chorar, ainda vou contar cada dia pra voltar, e ainda vou sentir como se uma parte minha tivesse ficado lá. Mas pelo menos, hoje sei por que isso acontece."
Enfim, é isso, espero por mais momentos inspiradores, ou talvez não, sei lá.
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